O Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) congratula-se e saúda o povo venezuelano pela forma como decorreram as recentes eleições regionais na República Bolivariana da Venezuela, que tiveram lugar no passado dia 15 de Outubro.
Nesta eleições votaram mais de 60% dos eleitores, em mais de 40 mil mesas e centros eleitorais, tendo a coligação Grande Pólo Patriótico – constituída pelo Partido Socialista Unido da Venezuela e mais nove outras forças políticas – conquistado 18 dos 23 estados, tendo alcançado 54% dos votos.
Trata-se de um resultado que – na continuidade da eleição da Assembleia Nacional Constituinte – reafirma a clara rejeição por parte da maioria do povo venezuelano da violência dos grupos armados golpistas, da descarada e inaceitável acção de ingerência e ameaças de intervenção dos EUA contra a Venezuela, e do constante boicote económico e bloqueio financeiro que promove. O povo venezuelano não quer voltar para trás.
Um resultado que demonstra igualmente confiança que o processo bolivariano, o Presidente Nicolás Maduro e o seu governo, que as forças bolivarianas e o povo venezuelano continuarão a encontrar soluções para vencer as ameaças e ataques de que têm sido alvo e prosseguir com o caminho de desenvolvimento soberano, de melhoria das condições de vida do povo venezuelano, de paz e cooperação com todos os povos do mundo.
Sublinhe-se que estas eleições decorreram num clima de tranquilidade, o que é de assinalar dados os brutais actos de violência promovidos por grupos armados golpistas ligados a forças da oposição antes da eleição para a Assembleia Nacional Constituinte, em Julho deste ano;
Dois dos candidatos a governador pela oposição reconheceram a derrota, no entanto há a salientar que a coligação a que pertencem – a Mesa de Unidade Democrática (MUD) – rejeitou sem fundamento os resultados, por entre críticas internas aos seus dirigentes, as quais vão desde a constatação de erros cometidos até ao desalento por o apelo à abstenção não ter tido os resultados pretendidos.
Continuando a escalada de desestabilização contra a Venezuela e o seu povo, a Administração dos EUA – acompanhada ao nível da União Europeia – deram, como seria de esperar, o mote contra os resultados eleitorais, desrespeitando-os, procurando lançar uma campanha contra a opção livremente expressa pelo povo venezuelano e brandindo com a ameaça de mais ingerência, incluindo com novas sanções.
Contudo, os mais de 1300 observadores internacionais, entre os quais várias personalidades da América Latina, atestaram que as eleições decorreram em total normalidade.
Aliás, o sistema de votação venezuelano é comummente considerado, desde há vários anos, como dos mais fiáveis a nível mundial. O sistema é auditado antes, durante e depois da contagem dos votos. Cada votante inicia a votação registando a sua impressão digital na máquina de voto; após a respectiva votação, a máquina emite um boletim que é depositado na urna de voto; um dos controlos pós-fecho de urnas consiste precisamente em comparar os registos das máquinas com os boletins existentes.
Ciente da importância e significado destes resultados eleitorais, o CPPC manifesta o seu apreço pela persistência, abnegação e coragem demonstradas pelo povo venezuelano em defesa do processo bolivariano e dos seus direitos – incluindo ao progresso económico e social –, e afirma e apela à solidariedade com a Venezuela bolivariana e o seu projecto emancipador face à continuação dos ataques contra a sua soberania e direito a viver em paz.
A Direcção Nacional do CPPC