O Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) condena da forma mais veemente o hediondo massacre perpetrado ontem pelo exército israelita contra a manifestação pacífica da população palestina na Faixa de Gaza pelo fim da ilegal ocupação israelita de territórios palestinos e pelo direito de retorno dos refugiados.
Aos já cerca de 60 mortos – o número de vítimas mortais não cessa de aumentar – e mais de 2700 feridos palestinos no massacre de ontem, somam-se os 58 mortos e os milhares de palestinos feridos pelo exército israelita nas manifestações da 'Grande Marcha do Retorno' realizadas desde o passado dia 30 de Março em Gaza – população que foi vítima de brutais agressões israelitas e que vive sob um cruel cerco imposto por Israel desde há 11 anos.
Este crime de Israel conta com a cumplicidade e o apoio conivente dos EUA. Recordemos que o massacre de ontem ocorreu ao mesmo tempo que os EUA, afrontando as Nações Unidas e o Direito Internacional, inauguravam a sua embaixada em Jerusalém – acto que simboliza o seu reconhecimento da ilegal e completa anexação desta cidade como capital de Israel.
É com indignação e preocupação que o CPPC vê a forma como este massacre tem sido escamoteado e menorizado por órgãos de comunicação social, por diversos governos e por instâncias internacionais, quantas vezes tão céleres a condenar outros sem qualquer fundamento ou com base em alegações não comprovadas e na mentira.
A não denúncia e condenação desta atrocidade, objectivamente, concorre para o seu silenciamento e apagamento, para encobrir a sua gravidade e os seus responsáveis, que assim vêem ficar impunes, e mesmo serem apoiados, os seus crimes e violento e sistemático desrespeito pelos direitos do povo palestino, pelo Direito Internacional.
Portugal não deve colocar em pé de igualdade e de forma idêntica agressores e agredidos apelando “às partes que se contenham”. Portugal deve estar do lado da paz, não da guerra, deve estar do lado da liberdade, não da opressão, deve estar do lado da soberania, não do colonialismo, deve estar do lado da legalidade internacional, não da arbitrariedade e da violência.
O Governo português – quer no quadro da sua relação com o Estado de Israel, quer nos fóruns internacionais em que participa – deve condenar de forma clara e firme o massacre e o premeditado e reiterado desrespeito de Israel pelos mais elementares princípios do direito internacional.
Valorizando o acto público realizado ontem em Lisboa e apelando à participação no acto público que se realiza hoje no Porto, o CPPC reafirma a sua solidariedade de sempre com o povo palestino e apela a todos os amantes da paz, a todos os democratas que exijam a condenação de Israel pelos seus crimes e defendam o direito internacional, nomeadamente o respeito e a concretização dos inalienáveis direitos nacionais do povo palestino.
15 de Maio de 2018
Direcção Nacional do CPPC